Capítulo 189
Porém agora, ela estava sendo totalmente desprezada pelas pessoas, acusada injustamente de ter se promovido às custas de
seu corpo.
Esse tipo de atitude de desprezo, que tinha origem bem lá do fundo da alma, a feriu intensamente.
Ontem ela ainda tinha esperanças, acreditava que poderia oferecer um lar para seus filhos.
Hoje, a realidade era outra, que lhe deu um tapa na cara.
Vendo–a chorando, Teresa, se preocupou ainda mais. Ela ligeiramente pôs suas mãos nos ombros de Olivia e a afastou um
pouco, para que pudesse olhá–la nos olhos e perguntou, ansiosa: “Filha, o que houve? Desabafa com a mãe, e pare de chorar.
Conta filha, quem te fez mal, eu vou dar uma lição nessa pessoa!”
Olivia sempre se mostrava otimista e risonha, como uma mulher forte que não se deixa abater, dificilmente chorava.
Teresa ainda se lembrava da última vez que Olivia havia chorado, cinco anos atrás, quando descobriu estar grávida e o feto
estava em risco. o que a obrigou a abandonar os estudos.
Nesses últimos cinco anos, por mais que a vida se mostrasse difícil, ela não havia derramado nenhuma lágrima.
O que havia acontecido hoje?
“Mamãe, o que aconteceu?” Uma voz doce e meiga soou aos seus pés, e a barra do vestido de Olivia foi gentilmente puxada.
Olhando para baixo, através das lágrimas que turvavam seus olhos, ela viu sua pequena criança com duas marias–chiquinhas,
olhos grandes brilhando com preocupação e carinho, e um rostinho inocente e gordinho olhando para ela.
Era Iria.
Ao observar sua pequena preciosidade, a angústia no coração de Olivia desapareceu instantaneamente, e ela enxugou suas
lágrimas e forçou um sorriso, dizendo: “Mamãe está bem, só um pouco cansada. Igualzinho a vocês quando estão cansados e
choram no colo da mamãe, querendo carinho. Mamãe também está cansada e quer um carinho também.”
“Mamãe, se você está cansada, me deixa te abraçar.” Joel correu com suas perninhas curtas, ansioso para poder abraçar as
pernas de Olivia. Seu pequeno peito ainda não tinha a largura das duas pernas dela, mas ele se esforçava para conseguir
envolvê–la em seus braços. “Mamãe, não chora, vem sentar no sofá para que eu faça massagem nas suas costas.” Heitor
também foi se aproximando, puxando Olivia pela mão até o sofá. Subindo no sofá, ele começou a massagear as costas dela
com suas pequeninas mãos.
O coração de Olivia, que antes estava triste, agora se mostrava aquecido pelo carinho de seus filhos.
“Mamãe, vamos aquecer os seus pés.“.” No mesmo instante, Inês, com sua fofura característica, trazia meio balde de água
caminhando em sua direção.
A criança, que era do tamanho do balde que carregava, segurava a água com dificuldade, avançando passo a passo, e mesmo
com todo o esforço e peso, ela não desistia e continuava se esforçando em direção à Olivia.
Quando Olivia viu a situação, seu coração se estreitou, e ela estava prestes a se levantar para pegar o balde das mãos dela.
Teresa, apressadamente, pegou o balde das mãos de Inês e o colocou aos pés de Olivia, dizendo carinhosamente: “Aí, criança,
você ainda é menor que o balde e já está carregando água quente desse jeito? E se você se queimar?”
Apesar da bronca, Teresa voltou e levou Inês até Olivia, sabendo que a pequena só queria lavar os pés da mãe dela e não a
impediu. Inês feliz, arregaçou as mangas, tirou os sapatos de sua mamãe e colocou os pés dela no balde de água.
“Ui!” Assim que os pés tocaram a água quente, uma dor aguda veio da pele, e Olivia não aguentou, levantando–os
rapidamente. Inês ficou preocupada e se desculpou: “Mamãe, me desculpe, a água está muito quente, vou pegar um pouco de
água fria.”
Antes de sair, Olivia segurou sua mãozinha e, com um semblante de dor que logo foi suavizando, sorriu gentilmente e a
confortou: “Inês a temperatura da água está perfeita, mamãe não se queimou, é que o pé da mamãe está um pouco
machucado...”
Só então ela percebeu que, ao tirar o sapato e colocar o pé no balde, a pele do calcanhar havia se soltado e a água quente só
tinha aumentado a dor.
Foi por isso que ela levantou o pé rapidamente.
Inês abaixou a cabeça e olhou para o pé que Olivia segurava, e viu que a pele do calcanhar estava machucada, expondo a
carne vermelha.
Os olhinhos de Inês se encheram de lágrimas e, com o rosto triste, ela disse: “Mamãe, você realmente se machucou, vou
buscar um band–aid.“Inês enxugava as lágrimas com as mãos enquanto caminhava em direção ao armário de remédios.
Capítulo 190