Capítulo 238
Vânia notu quando ele ergueu a cabeça e soube que tinha chamado a atenção dele. O assunto que ela havia trazido era o
certo. Uma sensação de alegria a invadiu, mas ela se conteve e continuou com uma expressão de pesar: “Naquela época,
depois de terminar com o namorado da faculdade, com quem saíra por dois anos, ela ficou arrasada. Parece que até caiu em
depressão, foi por isso que acabou largando os estudos. Eu bem que avisei a Olivia, largar o futuro por causa de um cara, vale
a pena? Ela disse que amava demais o sujeito, e quem nunca viveu um amor profundo, não entenderia o que ela sentia.”
Vânia falava sem parar, ansiosa para contar ao Daniel sobre os antigos rolos entre Olivia e Sergio.
O que os homens não suportam é saber que a mulher deles já teve algo com outro, né?
Por que Vânia teria que ser a coitadinha, enquanto a Olivia podia se elevar e se tornar a rainha do pedaço? Ela acabaria com
qualquer simpatia que o Daniel possa ter por Olivia.
Quando Vânia terminou de falar, o rosto bonito de Daniel se fechou em gelo, e seus olhos escuros assumiram a frieza de um
inverno rigoroso. O clima ao redor esfriou, como se o ar tivesse congelado.
Bruno percebeu que Daniel estava prestes a explodir e rapidamente se aproximou, empurrando a cadeira de rodas de Vânia
para fora: “Srta. Souza, você fala demais. A última pessoa que falou demais acabou no hospital, anestesiada, um mês sem
falar. Quem não sabe se controlar pode acabar sem língua.”
Ao ouvir isso, um medo cresceu dentro de Vânia, que imediatamente se calou, sem se atrever a dizer mais nada.
Bruno a empurrou para fora do escritório, soltou a cadeira de rodas e disse sem expressão: “O elevador está ali, Srta. Souza,
pode ir.”
Quando Bruno estava prestes a sair, Vânia o chamou. “Bruno, você acha que o Sr. Griera me perdoou?”
Bruno respondeu: “Se eu fosse você, não faria mais perguntas e sumiria rapidinho, sem nunca mais aparecer na frente do Sr.
Griera.”
O aviso de Bruno era claro. Vânia hesitou, assentiu levemente para Bruno, entrou no elevador e foi embora.
“Atchim!” Naquele momento, no escritório do presidente do Grupo Marques, Carlos estava lendo documentos quando espirrou
repentinamente. Ele esfregou o nariz, se perguntando quem estaria falando dele. Depois de limpar o nariz, passou a mão pela
boca. Dias atrás, ele havia falado demais na frente de Daniel e teve a língua anestesiada, ficando dias sem conseguir falar
direito e sem sentir gosto da comida. Embora já estivesse quase recuperado, ainda sentia a língua meio adormecida.
Às oito da noite, Olivia e Jimena foram juntas ao bar e pediram dois coquetéis.
Jimena levantou o copo e brindou com Olivia: “Parabéns pelo novo emprego de secretária, vamos comemorar.” Olivia ergueu
seu copo, tocando-o com o de Jimena, e disse: “Obrigada.” E então beberam.
Olivia estava feliz porque, pela primeira vez, tinha conseguido um emprego como secretária na sua área, utilizando suas
próprias qualificações e habilidades. Embora tivesse sido secretária do presidente no Grupo Griera por um dia, isso tinha sido
mais um favor ou uma forma de Daniel compensá-la, e não por sua capacidade pessoal.
“Aliás, antes você tinha feito várias entrevistas e sempre era rejeitada por falta de diploma. Como essa empresa te aceitou
dessa vez?” Jimena estava curiosa, apesar da felicidade.
Segundo as regras da sociedade, o diploma era uma barreira e a maioria das empresas seguia isso.
As exceções eram raras, e isso fazia da empresa que a contratou algo fora do comum.
Olivia respondeu: “Eles disseram que eu tenho bastante experiência.”
“Grupo Griera é fera mesmo, e o Daniel então, é ainda mais. Você mal trabalhou um dia como secretária do presidente e já
adquiriu ‘experiência de trabalho’.” Jimena expressou sua surpresa instantaneamente.