Capítulo 505
Degustei uma batata frita e notei que meu irmão Heitor ainda não tinha provado.
Como poderia algo tão bom não ser compartilhado com o irmão Heitor?
Iria, com suas mãozinhas rechonchudas, estendeu uma batata frita em direção à boca dele: “Mano, come uma batatinha, é
gostosa.”
Naquele momento, Heitor estava concentrado em um ponto crucial, quando a sua visão foi tampada pela batata frita de Iria.
Droga, parecia que ele tinha digitado uma letra errada.
“Mano, come ai“, a voz melosa de Iria insistiu.
Heitor rapidamente engoliu a batata frita que ela lhe ofereceu e voltou a se concentrar em
ocultar o IP, mas por causa do pequeno erro que cometeu, acabou
Não teve outra escolha senão sair forçadamente do sistema.
deixando uma brecha.
Vendo Heitor se afastar do código, com um ar de quem perdeu alguma coisa importante.
Joel se aproximou, ansioso e cheio de expectativa, perguntou: “E aí, mano, deu certo?”
Heitor assentiu e depois balançou a cabeça.
O dinheiro tinha sido transferido para a conta da mãe, mas houve um pequeno deslize ao esconder o IP. Por enquanto ainda
estava sob o radar, mas se o departamento técnico do Grupo Griera descobrisse...
Sobre as consequências...
Heitor ainda não tinha plena noção do que poderia acontecer.
Mas tinha um pressentimento de que não seria nada bom.
Olivia estava num táxi, sentindo–se ansiosa.
Seu celular no bolso parecia vibrar, mas ela, com a mente focada em chegar em casa, nem percebeu.
Logo, ela chegou à Comunidade Lejá.
Quando Olivia abriu a porta, não viu ninguém na sala, mas ouviu ruidos vindos da cozinha e foi até lá.
A comida na panela estava queimando, ninguém a mexeu, e já exalava cheiro de queimado.
Teresa estava parada ao lado da pia, com um olhar distante e perdido.
A torneira estava aberta, a água transbordava da bacia e as verduras caíam pela pia, mas Teresa não reagia.
Capitulo 505
Olivia apressou–se, desligou o fogo e fechou a torneira, franzindo a testa, repreendeu: “Mãe, o que você está fazendo?
Distraida assim vai acabar causando um incêndio.”
Teresa se sobressaltou e, ao reconhecer Olivia, desviou o olhar, culpada.
“Ah, Olivia, você voltou...”
Olivia perguntou: “E as crianças?”
Teresa respondeu: “Estão brincando no quarto.”
Aliviada ao saber que as crianças estavam seguras, Olivia relaxou.
Com uma expressão séria, Olivia confrontou Teresa: “Mãe, você vendeu o pingente que eu deixei na gaveta?”
Teresa reagiu com surpresa e depois com raiva: “O que é isso, vai me acusar agora?”
Olivia suspirou, desanimada: “Já foi, só me passa o dinheiro que eu devolvo.”
“Que dinheiro? Trezentos reais não fazem diferença“. Teresa desviou o olhar, evitando encarar Olivia.
“Trezentos mil você quer dizer!“, Olivia a desmascarou, sem entender por que sua mãe queria esconder a verdade.
“Aquele pingente foi dado para mim pelo Daniel, não podíamos vender“. Olivia tentava ser racional
“Se foi o Daniel que te deu, é teu, e o que é teu é meu. Não faz sentido devolver“. Teresa argumentava fraca, mas teimosa.
“De qualquer forma, eu não tenho o dinheiro“, disse ela, com a respiração pesada.
Olivia chocada: “O que você disse? Cadê o dinheiro?”
De repente, ela entendeu: “Mãe, você não foi jogar bingo de novo, foi?”
“Não, apostei um pouco e até ganhei uns trocados. Investi em um fundo que prometia grandes retornos, coloquei os trezentos
mil lá. Disseram que dava pra dobrar o dinheiro em um mês“. Teresa, incapaz de guardar segredos, acabou confessando sob
pressão..
Olivia sentiu um aperto no coração: estava tudo perdido.
“Que fundo da tanto retorno assim? Isso é golpe“, Olivia exclamou, estalando os pés em frustração.
Teresa acabara de ponderar se teria sido enganada, e ao ouvir as palavras de Olivia, sentiu seu coração desmoronar
instantaneamente.
Ela chorou em alto e bom som, com um “ai“, que ecoou pelo ambiente.