Capítulo 547
Através do telefone, era possível sentir o gelo que se cristalizava no ar.
Ao ouvir a voz irritada de Daniel, Carlos soltou uma risada e falou: “Não ouviu errado não, tual mina tá no bar, acabou de dar
uma de esperta com um moleque, deixou o cara tão puto que ele já tava pronto pra levar ela para o hotel.”
Hotel?
Essa palavra, como uma farpa, perfurou os ouvidos de Daniel e fincou–se em seu coração.
A raiva se acumulou em seu peito num instante.
Com os dentes cerrados e a voz gélida, Daniel perguntou: “Onde?”
“Clube Oculto“, respondeu Carlos.
Desligando o telefone e virando–se, Carlos levou um susto. Olivia estava bem perto dele, quase colando o rosto no seu celular.
Ainda bem que ele tinha virado a cabeça, e não o corpo, senão teriam se beijado.
Essa era a mulher de Daniel, e ele não ousaria ultrapassar nenhum limite.
“Olivia, o que você tá fazendo? Quer me matar do coração?” Carlos deu alguns passos para trás e respirou fundo.
Olivia tinha os olhos embaçados pelo álcool, meio fechados, olhando para ele com nervosismo. e expectativa: “Daniel tá vindo?
Ele vai aparecer?”
Ela tinha tentado tudo o que podia naquele dia, feito de tudo, só para ver Daniel e conversar sobre a chance de ver os filhos.
Mas Daniel tinha cortado todas as saidas dela.
De jeito nenhum a veria, nem atendia as chamadas, uma indiferença tão profunda que parecia que nunca mais teria qualquer
coisa a ver com ela.
Carlos tinha falado dela daquela forma, e ela tinha ouvido. Mas a resposta.de Daniel ela não conseguiu entender direito.
Não sabia se ele viria.
Olivia estava ansiosa e triste.
Carlos estava prestes a responder quando um alvoroço veio da pista de dança, e o grito de Jimena soou mais alto que a música
rock.
“Ah, seu tarado!”
O grito de Jimena puxou os nervos de Carlos, que virou a cabeça na direção da pista de dança, e Olivia fez o mesmo.
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17:00
Jimena segurava a mão de um rapazinho, olhando furiosa para ele: “Você tocou no meu traseiro, seu nojento!”
Com a voz alta e indignada de Jimena, um grupo de curiosos começou a se formar ao redor.
O rapaz parecia desconfortavel sob tantos olhares, e com uma voz suave, disse: “Foi um mat–entendido, encostel sem querer
enquanto dançava, foi sem querer.”
“Mal–entendido nadal Você claramente estava apalpando meu traseiro! Acha que eu não senti?” Jimena apontava para ele,
tremendo de ralva.
“Ja disse que foi um mat–entendido, você, mulher, tá tão a fim de ser tocada assim? E você tá segurando minha mão e não
solta, Isso sim que é se aproveltar. Sel que sou atraente, mas tambem não sou qualquer um.” O rapaz, vendo que não
conseguia se explicar, ficou sério e puxou a mão de volta com força.
Jimena ficou boquiaberta, sem acreditar que estava sendo acusada daquela maneira.
Ela estava furiosa e humilhada, nunca tinha passado por aquilo, e sem saber o que fazer, ficou
ofegante de tanto nervosismo.
As pessoas, vendo que não tinha mais confusão para assistir, se dispersaram.
O rapazinho se aproximou, apontando o dedo na direção do rosto dela, com um ar de zombaria: “Já que tá tão interessada, eu
posso fazer um esforço e deixar você me ter uma vez. Que tal irmos pro motel?”
Jimena, com nojo, afastou a mão dele: “Some, seu tarado!”
“Quem não quer brinde, vai ter que pagar a conta, vem comigo!” O rapazinho agarrou no pulso dela com força.
Jimena se debatia, mas não conseguia se soltar.
De repente, um tapa voou e atingiu o rosto do rapaz com um som estalado, fazendo com que ele virasse o rosto e sangue
escorresse do canto da boca.
O tapa tinha sido forte.
Jimena ficou chocada, olhando para a pessoa que havia dado o tapa.
Ela viu aquele rosto atraente e diabolicamente belo e seu coração deu um pulo.