Capítulo 623
Ela só então se lembrou de que havia sido bloqueada por Daniel.
Olivia pediu ajuda ao porteiro, dizendo: “Por favor, me faça um favor, ligue para a casa, eu assumo a ligação quando estiverem
na linha.”
O porteiro, que já a tinha visto ali várias vezes, recordava que, em visitas anteriores, era o próprio Daniel quem a levava para
dentro da propriedade.
Dentro da guarita havia um telefone conectado diretamente com o salão principal da família Griera, um recurso para facilitar a
comunicação com os anfitriões quando havia visitantes. decidindo se deveriam ser recebidos ou não.
Quando a ligação foi estabelecida, Olivia atendeu: “Alô, sou eu, Olivia.”
Mesmo através do telefone, podia–se sentir a pressão e o frio do outro lado da linha.
Olivia sentiu um sobressalto, percebendo que quem atendia era Daniel: “Espera, Daniel, me dê uma chance para falar.”
Quando Daniel estava prestes a desligar, Olivia apressou–se a falar.
Embora do outro lado da linha Daniel não dissesse nada, Olivia, como se tivesse uma intuição,
sabia o que ele estava prestes a fazer.
Do outro lado, não houve resposta, apenas o frio que atravessava o telefone.
Com a respiração ligeiramente acelerada, Olivia disse: “Eu fui ver minha mãe, ela disse que só estava conversando com avó
Griera sobre você se casar comigo, quando, no meio da conversa, viu Inês rolando escada abaixo. Ela correu para ajudar Inês,
e quando olhou de volta, avó Griera estava caída no chão. Ela não empurrou avó Griera, pode haver um mal–entendido aqui,
seria possível verificar as câmaras de segurança?”
Olivia conhecia bem sua mãe Teresa, com quem tinha vivido por tantos anos.
Daniel, com seu semblante sombrio e gelado, simplesmente desligoy o telefone.
Olivia ainda queria dizer algo, mas tudo o que recebeu em resposta foi o som do telefone desligado.
Ela sentiu um peso no coração, as palavras que queria dizer estavam presas em seu peito, incapazes de sair.
A atitude de Daniel para com ela era tal que ele nem mesmo estava disposto a falar com ela.
O que fazer agora?
Depois de desligar o telefone, Daniel respirou fundo para expulsar o ar carregado de raiva.
Sentiu uma leve puxada em suas calças.
Ao olhar para baixo, viu o rosto de Inês olhando para cima, seus grandes olhos inocentes
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brilhando timidamente.
“Papai, eu fiz alguma coisa errada? Por que a polícia levou a vovó depois que ela me abraçou, e para onde a avó foi? Eu sinto
falta da mamãe...”
A pequena Inês começou falando com firmeza, mas à medida que continuava, as lágrimas em seus olhos começaram a
transbordar, seus lábios tremiam e sua garganta engasgava, tentando não chorar em voz alta.
Daniel sentiu uma pontada de dor ao ver sua filha tão amedrontada.
Ele se agachou e levantou a frágil Inês em seus braços, secando as lágrimas do rosto com o polegar, mostrando uma rara
paciência e ternura.
“Você não fez nada de errado, quem está errado são os adultos. Vá brincar no quarto de brinquedos com seus irmãos e irmãs,
brinque mais um pouco antes de tomar banho e ir dormir. Não pense demais, está bem?” A voz baixa e magnética de Daniel
confortava o jovem coração de Inês.
Mas o seu conforto parecia não ter muito efeito.
Inês sempre foi inteligente, sensível e medrosa, e adorava se apegar à mãe.
A cena de sua avó Teresa sendo levada pela polícia havia a assustado, e ela ainda não conseguia se acalmar.
Com os lábios trêmulos e chorando, Inês disse: “Eu não quero dormir aqui, eu quero minha mãe..