Capítulo 441
Carlos trajava um terno azul–marinho da última moda, com calças da mesma cor, uma camisa branca e uma camisa xadrez
azul por dentro. Seus olhos brilhavam com uma beleza enigmática e sedutora, diferente da masculinidade robusta de Daniel. A
beleza de Carlos era uma beleza encantadora.
Atrás deles, um grupo de profissionais se aglomerava. Alguns seguravam câmeras, outros microfones – era claramente
jornalistas.
Ao ver essa cena, o coração de Jimena, que mal havia se acalmado, voltou a bater acelerado, e seu sorriso tornou–se forçado
e inseguro: “Sr. Griera, que bom que veio, por favor, entre,” disse ela com um gesto convidativo, abrindo espaço para que
Daniel entrasse.
Com passos largos, Daniel avançou para dentro, seguido por Carlos, que lançou um olhar intenso a Jimena ao passar por ela.
Seu olhar era magnético e perturbador.
Jimena sentiu seu coração vacilar, e o ritmo cardíaco se acelerou ainda mais.
Essa maldita sedução, essa maldita beleza, isso só podia acontecer em sua estética. Um simples olhar de Carlos era capaz de
abalar sua alma.
Os jornalistas entraram junto.
A câmera se mantinha focada em Daniel.
Só quando teve certeza de que não havia mais ninguém por perto, Jimena se aproximou cautelosa. Ela notou que Daniel
observava a decoração da sala.
No sofá, havia um urso de pelúcia que ela não conseguira guardar a tempo.
O olhar de Daniel estava fixo no brinquedo.
Nervosa, Jimena correu para pegar o urso e o abraçou, dizendo: “Sr. Griera, Sr. Marques, por favor, sentem–se.”
Daniel se sentou no sofá, e Carlos se sentou ao lado dele. Abertamente, Daniel olhou ao redor da casa e comentou:
“Impressionante, trabalhando sozinha, cuidando de quatro filhos e mantendo uma casa tão boa.”
Jimena forçou um sorriso e respondeu: “Sim, sim, felizmente as crianças são tranquilas, não me dão trabalho.”
“Claro, já tão novos e contribuindo para a renda da casa. Uma competição, um prêmio de duzentos mil, é o que uma família
comum leva dois anos para ganhar, não é?“, disse Carlos, passando a língua nos lábios, com um sorriso sugestivo.
Jimena, que estava profundamente insegura, queria apenas se livrar da presença opressora dos dois homens e não deu
atenção ao subtexto das palavras de Carlos.
Capítulo 441
Ela olhou para Daniel, que agora inspecionava as roupas penduradas na varanda.
Jimena seguiu seu olhar e viu várias roupas infantis estilo cartoon, além de pijamas de pelúcia em forma de animais –
carneirinhos, ursinhos, tigrinhos, coelhinhos – que balançavam ao vento e pareciam ganhar vida.
Daniel estava encantado com as roupas das crianças, pensando certamente em quão adoráveis eram.
Jimena sentiu um alívio e explicou: “Tenho quadrigêmeos. Normalmente, compro roupas juntas para eles e troco–as e lavo ao
mesmo tempo.” Os jornalistas rapidamente focaram um close nas roupas.
Mas Daniel desviou o olhar e fixou em um vestido amarelo claro pendurado, e olhou intensamente para Jimena: “A Srta. Santos
também veste Chanel?”
“Eu não, eu até gosto das roupas da Chanel, mas são caras demais para mim... Não tenho condições de comprar...” Jimena
respondeu instintivamente e, no momento seguinte, seu coração gelou.
Olhou para o varal e viu o vestido amarelo da Chanel pendurado!
Era a peça de Olivia!
Um presente de Daniel para Olivia!
Como ele poderia não reconhecer o presente que deu a Olivia?
Será que ela seria desmascarada?
Jimena sentiu a respiração ficar pesada com o nervosismo.
Ela acabara de dizer que não usava roupas da Chanel, como iria sair dessa agora?
“Senhorita Santos, se meus olhos não me enganam, aquela roupa amarela pendurada ali é um modelo de alta costura da
Chanel, valendo mais de 50 mil. Você não costuma usar roupas da Chanel, de onde veio essa peça?”
Um jornalista experiente fez a pergunta e, em seguida, apontou o microfone para Jimena.
O coração de Jimena deu um pulo, e ela mal conseguia se manter firme.